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A melhor cultivar do cajueiro anão para plantio no semiárido

🕔08.dez 2020

Um dos clones que obteve maior expansão do plantio no último longo período de estiagem registrado no Nordeste foi o Embrapa 51, que apresentou um poder de produção, na seca, bem superior aos demais. Levantamento realizado pela Embrapa Agroindústria Tropical, em 2019, no município de Severiano Melo, demonstrou que esse clone apresentou produtividade média, em sequeiro, de 800 kg de castanha por hectare ao ano e de 3,6 mil kg de pedúnculo por hectare/ano. Na mesma região, o cajueiro gigante produziu em média 200 kg de castanha por hectare ao ano.

Destaca-se também, nos últimos anos, que com as práticas culturais recomendadas e adotadas o clone CCP 76, o mais cultivado no País, está produzindo por longos períodos durante um mesmo ano, promovendo aumento de rentabilidade aos produtores pela venda de frutos in natura.

O analista Carlos Wagner Castelar, da Embrapa Agroindústria Tropical, explica que a produtividade varia para mais ou menos dependendo de condicionantes como a tecnificação e a adoção de tratos culturais.  Ele relata que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não distingue os dados da safra entre cajueiro-anão e gigante no Rio Grande do Norte, o que dificulta a avaliação do impacto da adoção dos clones da Embrapa.

O projeto Melhoramento Genético do Cajueiro no Brasil foi uma das ações que contribuiu para levar tecnologia e informação aos produtores. Em 2010 a Embrapa retomou e intensificou as atividades de pesquisa no Rio Grande do Norte, onde mantém áreas experimentais para avaliação de clones de cajueiro-anão, em parceria com produtores, com a Emparn e a Emater-RN. “Clones produtivos já disponibilizados para os estados do Ceará e Piauí estão agora em avaliação para validação no Rio Grande do Norte, mostrando bons resultados de adaptação e produção. Além disso, novos materiais estão sendo avaliados para futura disponibilização para os produtores dessas regiões”, explica o melhorista e pesquisador da Embrapa Francisco Vidal Neto.

Esta é a quarta fase do Projeto de Melhoramento Genético do Cajueiro no Brasil. Desde o início das ações, o programa já lançou 12 clones de cajueiro, adaptados às condições das áreas produtoras. Entre os atributos desses clones estão a resistência a doenças e o elevado potencial produtivo – com castanha e pedúnculo de qualidade para o consumo de mesa e processamento da polpa.

 

 

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